Como eu entrei na indústria: histórias honestas
Histórias de acompanhantes: Sem filtros, apenas verdade
No acompanhamento, raramente se entra por um anúncio de emprego. Não é uma profissão listada em guias de carreira nem discutida em reuniões de pais. Você não senta na primeira fila levantando a mão: „Quero ser acompanhante!“ Tudo acontece mais silenciosamente. Mais pessoalmente. Às vezes por acaso. Às vezes por desespero. E às vezes conscientemente, com a cabeça fria.
Coletamos histórias. Verdadeiras. Sem cortes. Sem glamour. Sem „homens dos sonhos“ ou „momentos de virada“. Apenas como as coisas são. Para que você veja: não está sozinha. E seu caminho não é vergonhoso, errado ou alheio. É simplesmente seu.
História primeira: „Não sonhava – sobrevivia“
„Eu tinha 21 anos. Meu pai tinha acabado de falecer. Fiquei com minha mãe, meu irmão mais novo e dívidas. O trabalho num café cobria no máximo a comida. Depois fui demitida. Numa festa, um homem se aproximou de mim. Disse que eu era bonita e ofereceu ‚um jantar por 400 euros‘. No início, não entendi do que se tratava. Mas depois caiu a ficha. E eu aceitei. Não porque queria. Porque tinha medo de voltar para casa e dizer à minha mãe que não tínhamos dinheiro para o aluguel. Daquele jantar, tudo começou.“
É difícil admitir isso a alguém. Muitos pensam que garotas no acompanhamento buscam dinheiro fácil, vidas glamorosas e bolsas de grife. Mas, na realidade, para muitas, tudo começa com uma coisa: um beco sem saída. Medo. Pressão. Uma vida que não deixa espaço para sentimentalismos. Não romantismo, mas sobrevivência. Não escolha, mas necessidade.
E sim, alguns não vão gostar disso. Mas é a verdade. E é preciso reconhecê-la – pelo menos para si mesma.
História segunda: „Estava simplesmente cansada de ser pobre“
„Trabalhava numa agência de publicidade. Boa menina, 9 horas por dia, 6 dias por semana, 37 mil rublos. Sempre sem manicure, porque era caro. Sem fins de semana, porque havia muito trabalho. Sem forças. E um dia pensei: o que estou fazendo? Tenho 27 anos. Sou bonita. Inteligente. Educada. Por que vivo como um rato? Sabia que havia garotas que em um encontro ganhavam meu salário mensal. Isso me irritava. Então a curiosidade despertou. Não pulei de cabeça logo. Pesquisei, li, assisti. E então decidi. O primeiro encontro foi horrível. Mas o segundo já foi melhor. E depois de um mês, percebi que não queria voltar para um ‚trabalho normal‘.“
Nem sempre é uma história de miséria. Às vezes é o cansaço da falta de sentido. Do tédio do escritório. Do eterno „aguente, depois melhora“. E depois não melhora. E você está lá, morrendo elegantemente conforme o cronograma.
Então não importa o que a sociedade diz. Você quer apenas uma coisa: viver. Não vegetar. Não sobreviver aos trancos. Mas viver – com prazer, em beleza, com a possibilidade de escolher.
História terceira: „Estava simplesmente curiosa“
„Eu tinha 19 anos. Era estudante, morava em um dormitório, tudo como todo mundo. Uma amiga contava que se encontrava com homens por dinheiro. Sem horror nos olhos. Sem tragédias. No começo, ri. Depois… comecei a fazer perguntas. Fiquei curiosa: como é ser desejada e ser paga por isso? Não estava desesperada. Só queria experimentar. O primeiro encontro foi com um homem de 38 anos. Ele era educado, um pouco chato, mas muito respeitoso. Apenas jantamos. E ele me transferiu o dinheiro. Voltei para casa e percebi: não foi assustador. Não foi nojento. Foi apenas… incomum. Daí tudo começou. Não trabalho com frequência. Mas quando quero, posso. E isso é incrível. Porque nisso não sou vítima, mas a autora do meu jogo.“
Sim, há histórias assim também. Sem dor. Sem necessidade. Apenas curiosidade. Desejo de tentar. Testar sua atratividade como recurso. E isso também é normal. Não é pecado.
O problema não é querer tentar. O problema é quando você não percebe por que faz isso. Mas quando você vai conscientemente, com a cabeça fria – pode ficar nessa profissão o quanto quiser. E sair – quando decidir.
História quarta: „Foi ele quem me trouxe“
„Meu primeiro cliente foi meu… parceiro. Sim, sim. Estávamos juntos há um ano. Ele falava muito sobre seu trabalho, colegas, e uma vez mencionou casualmente que conhecia garotas que trabalhavam no acompanhamento. E uma noite, deitados na cama, ele disse: ‚E se você tentasse?‘ Pensei que era brincadeira. Mas ele estava falando sério. Até me apresentou a um agente. No começo, fiquei furiosa: como assim? Ele está me empurrando para isso? Mas depois pensei: talvez ele veja em mim mais do que eu vejo em mim mesma?“
Essa é uma história de sentimentos complexos. Quando a iniciativa não vem de você. Quando alguém – mesmo próximo – te mostra uma porta, e você não sabe se entra ou a bate. Mas às vezes é exatamente esse empurrão que você precisa. Para entender: e se você for mais do que pensava? E se puder viver em outra realidade – e se sentir confortável nela?
História quinta: „Eu me perdi – e me encontrei“
„Depois do divórcio, caí num buraco negro. Larguei o emprego. Estava em depressão. Não sabia quem eu era, por que existia, o que fazer. Então os homens começaram a me notar. Eu postava fotos, começava conversas, alguém propôs ‚encontros com condições‘. No início, parecia que eu estava afundando. Mas depois entendi: estava recuperando o controle. Com cada cliente, era como se eu lembrasse: posso ser desejada, posso ser interessante, posso ser valiosa. O acompanhamento para mim não era sobre sexo. Era sobre me recuperar. Não sei quanto tempo vou ficar nisso. Mas agora – me sinto forte. E isso vale muito.“
Para muitas garotas, o acompanhamento não é uma queda, mas um reinício. Uma chance de se reconectar com o corpo, os limites, o dinheiro, o senso de valor próprio. E sim, o caminho nem sempre é suave. Mas há força nele. Crescimento. Uma maturidade que não se aprende em livros.
Por que contamos isso?
Para que você pare de pensar que está sozinha. Que sua história é „vergonhosa“ ou „não é como deveria ser“. Que alguém começou „lindamente“, e você „por necessidade“, e por isso não merece amor, liberdade ou sucesso.
Não há caminhos certos. Há apenas sua honestidade consigo mesma. Quer estar aqui – esteja. Não quer – vá. Quer tentar – tente. Mas vá com a cabeça. Com a compreensão de si mesma. Não atrás de alguém. Não porque „todo mundo faz assim“. Mas porque você escolheu isso.
O que une todas essas histórias?
Em cada uma havia um ponto de dor ou desejo de mudança.
Em cada uma – um momento em que você está no limiar e não sabe o que vem depois.
Em cada uma – a sensação: „Estou dando um passo para um lugar onde não quero mais ser pequena.“
Não é sobre quebrar. É sobre crescer. Renascimento. Um novo papel. Que você pode interpretar pelo tempo que quiser – contanto que não se perca nele.
E você? Qual será sua história?
Não publicamos essas confissões por sensacionalismo. Contamos para que você saiba: mesmo que a entrada no setor tenha sido por lágrimas, raiva ou dívidas – isso não significa que você está quebrada. Significa que você encontrou força dentro de si para percorrer um caminho que nem todos ousam trilhar.
E se você precisar – estamos aqui. Com palavras. Com apoio. Com exemplos. Porque cada uma de nós começou com algo. E agora apenas – seguimos em frente. Na nossa força. No nosso valor. Na nossa história.
